Lêda Mello
Hoje, mais uma vez, assisti o filme Feitiço do Tempo.
A cada vez que assisto este filme descubro um novo detalhe. Nas minhas palestras, quando quero ilustrar
o comportamento manifestado a partir de um script,
ou seja, a partir de uma idéia que a força do hábito
transformou em norma a ser seguida,
gosto de usar o filme Feitiço do Tempo.
À primeira vista, parece tratar-se de uma comédia.
No entanto, à medida que o enredo vai se desenrolando, percebemos o quanto de nós está ali, sendo encenado.
O filme lembra-me Chico Buarque cantando:
"todo dia ela faz tudo igual"...
Muda a data do calendário, o relógio marca o tempo passando, mas tudo permanece igual, dia a dia, todos os dias.
Há uma cena do filme que se passa numa calçada.
É uma das cenas que gosto de comentar.
O protagonista anda por uma larga e comprida calçada.
Alí, em um único lugar da linha d'água,
existe uma enorme poça de água.
O homem poderia escolher qualquer outro lugar para descer e
atravessar a rua, mas, infalivelmente, todos dias,
desce da calçada, exatamente,
no local onde existe a tal poça de água.
E, todos os dias, enfia o pé na mesma poça, molha o sapato e parte da perna das calças, e diz as mesmas imprecações.
Seguindo o seu script, ele "sabe" que vai dar a mancada e dá.
Quando eu pergunto às pessoas se conhecem alguém que age daquela forma, a carapuça, via de regra,
cabe na cabeça da maioria dos presentes,
em maior ou menor grau.
No encontro de hoje, asssistimos o Feitiço do Tempo.
No final, os participantes escolheram, para estudo,
o seguinte tema:
"a escolha de pisar, sempre, na mesma poça d'água".
Foi uma rica troca de experiências
que nos conduziu à reflexão
- "Por que nos repetimos nas nossas escolhas? "
Sabemos ou, pelo menos, temos idéia
do que é um script ou roteiro.
Quem vai ao teatro, acompanha novelas,
assiste filmes ou programas de tv
sabe que existe uma "marcação" e uma sequência
para as falas e comportamentos das personagens.
São estes itens que, repetidos,
garantem o aperfeiçoamento do espetáculo,
até o ponto em que os atores agem automaticamente.
Da mesma forma, no espetáculo da vida,
adotamos vários scripts ou roteiros e repetimos a sequência,
de maneira que determinados pensamentos, palavras e atitudes tornam-se automáticos.
Temos a percepção de que resultam em mal-estar,
mas permanecemos fiéis a eles,
repetindo-os, reprisando as consequências desagradáveis
e depois nos sentimos culpados
ou transferimos a culpa para os outros.
Há os que responsabilizam a fatalidade pelos seus desacertos.
Outros concluem que já nasceram assim,
o que não corresponde à verdade.
Comportamento se aprende!
Todos queriam que fosse diferente. Queriam!
É neste tempo do verbo que está a diferença.
Para que as coisas aconteçam
é preciso querer fazer diferente.
Querer fazer um novo filme da sua vida significa
que você precisa mudar o seu roteiro atual,
direcionando-o ao sucesso.
Como fazer isto?
A calçada usada no filme é enorme e o personagem
é quem escolhe sempre o mesmo local,
ou seja, o da poça d'água, para atravessar a rua.
Portanto, fique atento às suas idéias e atitudes.
Perceba que o universo é vasto e que é você quem escolhe
as idéias e atitudes para a travessia da sua vida.
Se você quer mudar, comece mudando de idéia.
Faça um balanço da qualidade e do grau de satisfação
que o seu atual script tem gerado para a sua vida
e se projete para o futuro.
Como você se vê lá, no seu futuro?
Pergunte-se se é isto o que você quer
e merece se proporcionar.
Experimente, ouse pensar e agir diferente.
Mude de calçada, faça diferente.
O feitiço do seu tempo é você quem faz!
Arapiraca (AL) - Brasil
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